segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Em silêncio

No olhar profundo, o horizonte vejo e mais que percebo a calma desse canto meu;
da janela, tudo que contemplo, mais que belo, mais que estranho, numa confusão de emoção e tortura, pois que vida mais bendita e eu sem sal nem sol, tempéro esse meu agir.
Tudo eu posso e em silêncio aqui estou, desobedientemente a escutar o ruído exterior.
Sem querer me pego nessa inquietante desordem mental e nem consigo me entender, tudo é meu e essa beleza que invade meu lar, me situa na estranheza desse pensar, amar, cuidar...
Por que não passar instantaneamente, distraídamente desse momento, sem nada levar nem deixar, apenas buscar a posse do equilíbrio?
Num mar mais que profundo e revolto, solto desapegadamente essa estranha questão, lavo meu coração, respiro um ar puramente livre de mim mesma;
meus pés em firmeza e caminhando alegremente na espuma que me purifica, me realinha no meu tempo, no meu passo, no meu ato presente.
Sem pestanejar compreendo novamente à marcha do tempo, mesmo a conhecendo e a admirando, a dificuldade de manter o eixo, me tocou.
Agora consigo outra vez olhar ao Norte;
sentir essa respiração abastecida de ar bom e finalmente,
te escutar Senhor!